No segundo milênio antes de Cristo, a Faixa de Gaza foi invadida por
povos de origem creto-micênica, os filisteus. Na mesma época, a Cisjordânia foi
invadida por povos de origem suméria, os hebreus. Os dois povos lutaram entre
si na disputa por território, porém ambos acabaram suplantados por impérios
mais poderosos que dominaram sucessivamente a região: o Império Egípcio, o
Império Assírio, o Império Babilônico, o Império Persa, o Império Macedônico e
o Império Romano.
Por volta de 8 a.C., nasceu Jesus Cristo na cidade de Belém. Com a
divisão do Império Romano em 395, a região da Palestina passou a pertencer à
sua porção oriental, que viria a ser conhecida como Império Bizantino. Com o
surgimento do islamismo na Península Arábica no século VII, as tribos árabes se
uniram e conquistaram largas porções do Império Bizantino, incluindo a
Palestina. Nos séculos XII e XIII, os reinos cristãos da Europa Ocidental
realizaram várias expedições militares contra o Império Árabe visando à
retomada da Palestina. Essas expedições, batizadas de Cruzadas, redundaram na
criação de vários reinos cristãos no Oriente Médio. Na Palestina, mais
especificamente, foi criado o Reino de Jerusalém. Porém tais reinos foram logo
retomados pelos árabes.
No século XVI, o Império Otomano se apropriou da Palestina. Tal domínio
foi mantido até a Primeira Guerra Mundial. Com a derrota do Império Otomano na
Primeira Guerra Mundial e o consequente desmantelamento do império, a Palestina
ficou sob administração britânica com mandato conferido pela sociedade das
Nações. Nessa época, o aumento da imigração de judeus para a Palestina,
motivado pela criação do movimento sionista no final do século XIX, começou a
gerar atritos entre a comunidade árabe que já residia na região e os judeus recém-chegados.
Em 1947, a Organização das Nações Unidas, que havia substituído a Sociedade das
Nações como órgão diplomático internacional, determinou a divisão da Palestina
em três estados: um estado árabe, um estado judeu e um estado sob administração
da Organização das Nações Unidas (a cidade de Jerusalém). Com a eclosão da
guerra entre os países árabes fronteiriços e o estado judeu (Israel), o estado
árabe perdeu parte de seu território original, assumindo, aproximadamente, seu
tamanho atual. A Faixa de Gaza passou para administração egípcia e a
Cisjordânia, para administração jordaniana.
Em 1964, 422 autoridades palestinas fundaram a Organização para a
Libertação da Palestina, em Jerusalém, visando à fundação de um estado árabe na
Palestina. Dentro da organização, a maior facção era a do Fatah, grupamento
político de orientação socialista liderado por Yasser Arafat.
Em 1967, ocorreu novo conflito entre Israel e os países árabes vizinhos:
a Guerra dos Seis Dias. Com o fim da guerra, Israel anexou a Cisjordânia[1] e a faixa
de Gaza.
Grande parte da população dos territórios ocupados por Israel na Guerra
dos Seis Dias se refugiou na Jordânia. Temendo a pressão política desses refugiados,
o rei Hussein da Jordânia ordenou o massacre dessa população em 1970 no
episódio conhecido como Setembro Negro. Os sobreviventes do massacre fugiram
para o Líbano. Em 1972, o grupo terrorista palestino Setembro Negro sequestrou
e matou onze atletas israelenses na Olimpíada de Munique.
Em 1973, ocorreu novo conflito entre Israel e os países árabes vizinhos:
a Guerra do Yom Kippur. Em 1982, o exército israelense invadiu o Líbano visando
a dar um fim aos ataques da Organização pela Libertação da Palestina contra o
norte de Israel. Como consequência, a organização foi obrigada a transferir seu
quartel-general para a Tunísia.
Em 1987, a população palestina do campo de refugiados de Jabaliyah, no
norte da Faixa de Gaza, atacou com pedras o exército israelense, desencadeando
revoltas semelhantes em todo o território palestino, na revolta que ficou
conhecida como a Primeira Intifada (palavra árabe que significa
"revolta"). Na ocasião, foi criado, na cidade de Gaza, o Hamas, grupo
fundamentalista islâmico palestino.
Em 1988, a Organização pela Libertação da Palestina passou a aceitar a
existência de dois estados no território palestino. A organização declarou
oficialmente a fundação do estado árabe da Palestina e a adoção da bandeira da
revolta árabe contra o Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial como a
bandeira oficial do novo estado.
Em 1993, Israel aceitou, através do acordo de Oslo, a criação de um
governo independente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Em 1998, foi inaugurado
o Aeroporto Internacional de Gaza, na cidade de Rafah, na Faixa de Gaza.
Em 2000, ocorreu a Segunda Intifada, desencadeada pela visita do
político israelense Ariel Sharon à esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, ato
que foi considerado pelos palestinos como sendo uma provocação. Em represália,
Israel ordenou o fechamento do Aeroporto Internacional de Gaza e passou a
bombardeá-lo repetidas vezes a partir de então[2].
Em 2002, o governo israelense começou a construir um muro demarcando a
fronteira entre a Cisjordânia e Israel, com a finalidade de evitar o ataque de
terroristas palestinos.
Em 2004, morreu Yasser Arafat, o histórico líder da Organização pela
Libertação da Palestina. O Aeroporto Internacional de Gaza, embora em ruínas e
inoperante devido aos seguidos ataques israelenses, mudou seu nome para
Aeroporto Internacional Yasser Arafat. Em 2005, Mahmoud Abbas assumiu a
presidência da Autoridade Nacional Palestina.
Nas eleições parlamentares de 2006, o Hamas conquistou a maioria das
cadeiras no Conselho Legislativo da Palestina. Isto desencadeou protestos de
várias nações contrárias à violência do Hamas e fez com que o Fatah destituísse
os membros do Hamas dos cargos executivos na Cisjordânia. O Hamas manteve no
entanto o controle sobre a Faixa de Gaza. A vitória do Hamas ainda provocou o
estabelecimento de um bloqueio egípcio-israelense à Faixa de Gaza. Os dois
países passaram a controlar a entrada e a saída de pessoas na região visando a evitar
a entrada de armas que poderiam ser utilizadas em ações terroristas contra
Israel. Em 2010, um comboio enviando ajuda humanitária à Faixa de Gaza foi
atacado por patrulhas israelenses, ocasionando nove mortes.
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